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Como entender uma previsão de ondas?

Atualizado: 15 de mai. de 2023

Você sabe analisar uma previsão de ondas? Atualmente temos uma variedade enorme de provedores de informações, mas se você não for capaz de analisar os dados, vai acabar perdendo as melhores oportunidades de surf.


Algumas das informações essenciais de uma previsão de ondas são: geografia do pico, direção do swell, período do swell, direção e intensidade do vento e tábua de maré. Você sabendo interpretar essas variáveis, terá uma assertividade muito maior ao escolher o dia ou momento certo do mar.


Começando do básico, um swell é uma frente fria oceânica que se forma em uma região e segue para outra até perder sua força e desaparecer. Portanto em um pico voltado para o sul, um swell que começa de sul, aos poucos vai subindo para sudeste, leste até desaparecer seja no meio do oceano ou mesmo pra dentro do continente.

Geografia do Pico


Antes de tudo, é fundamental você conhecer as direções para as quais o pico que você pretende surfar esteja apontado. Por exemplo, um pico que tenha sua praia virada para a direção sul, vai receber ondulações a partir do sul.


Porém é importante saber se esse pico possui alguma formação geográfica como morros, ilhas, recifes de fora, ou qualquer obstáculo de grande proporção que interfira na direção que as ondas vão se propagar. Caso haja, talvez a melhor direção do swell seja a partir de sudeste.

E da mesma forma que formações geográficas atrapalham em uma ponta do pico, podem também diminuir a amplitude do pico no lado oposto também. Portanto, quanto mais fechada é uma praia, menor é a amplitude de swell recebida. Isso interfere tanto positivamente, quanto negativamente.


Positivamente porque provavelmente essa praia terá seu fundo mais preservado e com o swell certo, terá condições épicas. Negativamente,pois quanto mais fechada e curta é uma praia, menor a frequência e duração de um swell nesse pico.


Um exemplo perfeito é a praia do Perequê no Guarujá, uma praia bastante curta, fechada dos dois lados por morros o que permite apenas uma pequena brecha para um swell de leste entrar e por 1 ou 2 dias oferecer condições clássicas.

Portanto é fundamental conhecer a geografia para saber quando será o momento certo. Vale a pena até usar a bússola do seu celular para apontar em direção ao mar e identificar a direção e até mesmo o ângulo de entrada das ondas.

Direção de Swell

Agora que você sabe qual direção de swell o pico que você pretende surfar recebe ondulações, você precisa observar a direção que o swell está se aproximando desse pico.


Como mencionamos no tópico anterior, com uma bússola, você será capaz de saber exatamente o ângulo que a ondulação perfeita irá ativar as melhores condições do pico. Vale lembrar também dos obstáculos que irão limitar de qual direção seu pico vai começar a receber as ondas e a partir de qual momento o swell não vai mais prover ondas.


Período do Swell

Esse é com certeza um dos fatores mais importantes para entender a qualidade da ondulação. Quanto maior o período entre as ondas, melhor vai ser a formação delas, duração da ondulação e sua força. Quanto menor o período pior será a formação das ondas, sua força e duração.


Isso acontece porque quanto maior o período, significa que o swell está rolando mais distante da costa, o que proporciona que a ondulação alcance o fundo oceânico. Um swell de período menor, significa uma formação mais próxima da costa onde o swell não alcançou o fundo oceânico e junto com essa ondulação de baixa qualidade, costuma também ventar bastante de direção maral.


Outro fator bastante importante é compreender a direção do vento e sua velocidade. A partir do momento que você conhece bem a geografia de onde você vai surfar, será possível determinar qual a direção do vento será favorável funcionando como terral e qual será ruim como maral.


No entanto, a intensidade do vento pode fazer um vento maral não ser um problema e transformar um vento terral em um problema. Saber a intensidade do vento, poderá ser importante até mesmo para a escolha do equipamento que você vai levar para a água.


Tábua de Maré

Outro fator importante que pode interferir na qualidade do surf é a variação de maré. Quanto mais seca a maré, mais contato com o fundo ela vai ter e dependendo do tipo de pico, essa onda vai ficar mais em pé, mais tubular. Já na maré cheia, a ondulação acaba perdendo contato com o fundo, dando aquela sensação de onda gorda.


Porém, essas não são as únicas influências que a variação de maré poderá ocasionar nas ondas. Em regiões como nordeste, países como Costa Rica, El Salvador, Maldivas e Indonésia, que possuem fundos de pedra ou de coral, a maré vai determinar se o pico estará ativo ou não.


Por exemplo na Costa Rica, existe uma praia chamada Avellanas que oferece 3 picos de surf diferentes. Lolas, River Mouth e Little Hawai.


O fundo do pico de Lolas é mais profundo, portanto na maré seca as ondas ganham tamanho e pressão, já na maré cheia as ondas acabam ficando mais cheias. Já no River Mouth, um pico com um fundo de pedra um pouco mais raso funciona na maré seca e meia maré enchendo. A partir da maré cheia, esse pico praticamente desaparece, principalmente por conta do rio que desemboca de frente ao pico.



No entanto, mais a direita, o pico de Little Hawai possui uma bancada de pedra ainda mais rasa, tanto que na maré seca é possível até mesmo ver a bancada praticamente exposta, o que impede a formação de ondas. Já na maré cheia o pico surge com altas ondas, uma imagem realmente impressionante.


Portanto, não existe uma regra geral para a influência da maré nas condições de surf, pois cada pico possui a sua maré ideal.


Tipos de Fundos

Como mencionamos no caso da bancada de pedras na Costa Rica, o tipo de fundo influencia MUITO nas condições de surf. Conhecer essa variante é fundamental para que todas as variantes anteriores façam sentido e de fato venham a se concretizar. Temos um post falando sobre os tipos de fundos, clique aqui para acessar.


Alguns fatores extras


Impulso de Maré

Você sabia que a troca da maré seca para a cheia (não instantâneamente, pois estamos falando de algo do tamanho de um oceano), provoca um impulso de maré que em teoria vai levar mais energia em direção a praia, aumentando assim o tamanho das ondas e sua potência. Estar dentro da água na troca de maré seca para cheia é sempre uma chance de encontrar algo a mais.


Influência da Lua

A Lua, afinal, interfere ou não interfere na condição do mar? Sim, no entanto não existe uma fórmula exata, mas na fase nova e cheia da lua, a maré sofre com uma maior amplitude, ou seja, uma maior variação vertical entre o tamanho da maré seca e o tamanho da maré cheia.


Quanto maior essa amplitude, maior é o movimento das águas o que pode trazer mais energia e tamanho para as ondas na troca para a maré cheia. Já nas outras fases da lua, a amplitude das marés são menores, apesar de não ser muito relevante em dias de boas ondulações, fará diferença nos dias sem ondulação, deixando o mar uma verdadeira piscina.



Gostou das nossas dicas? Claro que este guia é bastante superficial e que a natureza possui muitas outras variantes as quais não temos controle e que por mais que você tenha uma previsão completa, com boas informações, na prática as condições do mar podem sofrer grandes variações para melhor ou para pior.


No entanto a observação é sempre a melhor maneira de aprender e aperfeiçoar as previsões fornecidas por sites como Waves, Magicseaweed, Surfline, entre tantos outros.



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